quarta-feira, 4 de março de 2009

O Impeachment (Renúncia) de Collor

Pois é meus amigos, foi na década de 90 que se iniciou pela primeira vez um processo de impeachment contra um presidente eleito através de eleiçoes diretas.

Fernando Affonso Collor de Mello, carioca, nascido em 12/08/1949, foi o 32º presidente da República Federativa do Brasil, cargo que exerceu de 15/03/1990 a 29/12/1992. Foi também o primeiro presidente eleito por voto direto após o Regime Militar, em 1989.

O governo foi marcado pela implementação do Plano Collor (lembra da Zélia e do confisco da poupança??!), pela abertura do mercado nacional às importações e pelo início do Programa Nacional de Desestatização.

Renunciou ao cargo na tentativa de evitar um processo de impeachment fundamentado em acusações de corrupção. Embora tenha renunciado, Collor (o Caçador de Marajás) teve seus direitos cassados por 8 anos, mas adivinhe; foi eleito novamente para cargo público em 2006, tomando posse como senador por Alagoas em 2007.

É óbvio que não é comentário de história política que vai preencher esse espaço. Não se assuste! Afinal, estamos na Bahia...

Naquela época uma grande mobilização da juventude, apelidada de cara-pintada, tomou conta do país. A televisão mostrava em todos telejornais manifestações pró impeachment que aconteciam simultaneamente nas principais capitais.

É claro que Salvador não poderia ficar atrás e um dia me chamaram para o tal ato político aqui na capital baiana. Os professores liberaram os alunos e o comércio local fechou as portas. A manifestação era uma caminhada que aconteceria do Campo Grande até, claro, a Praça Castro Alves... Isso mesmo, no circuito Osmar! Calma, manifestação na Bahia é assim mesmo.

Saí com um grupo de estudantes do cursinho (como se existisse estudante em cursinho) da Graça em direção ao Campo Grande. Na Vitória paramos numa padaria para comprar uma garrafa de vodka e uma garrafa de Fanta... PQP! Só estudante de cursinho sustentado pelos pais para tomar uma merda dessas.

Começamos a mistura ali mesmo e fomos bebendo Vitória à dentro. Quando chegamos no local da concentração eu já tava tão envolvido no clima do 'ato de cidadania' que quase fui procurar onde era a saída do meu bloco...

O que se viu a partir daí foi incrível! Várias pessoas com pinturas de timbaleiro misturadas aos vendedores e suas caixas de isopor, bandeiras do PT e PC do B e o som do Olodum... Nesse momento eu já tava achando que era a Lavagem do Collor ao invés do impeachment!

Ouvi muito de longe alguém discursando próximo ao teatro, mas a resenha com a galera perto do isopor tava muito melhor. Não esqueça que naquela época se vendia garrafa de 600ml, portanto tinha que beber próximo ao isopor para devolver a garrafa.
Quando o bloco, ou melhor, a passeata saiu cerca de 20% dos 'cara-pintada' soteropolitanos acompanhou. O resto ficou ali mesmo bebendo, olhando a mulherada e marcando alguma coisa pra night.

Depois rolaram outras manifestações, mas aí os professores já estavam ligados na nossa intenção e não liberavam. Até tinha gente que ia pra aula com a cara pintada para aumentar o poder de convencimento, mas isso nunca funcionou.

Collor se foi e voltou, mas cara-pintada mesmo eu só vi novamente no Gueto Square, mas isso é pra outra postagem...

Abraço!

Tchê

2 comentários:

Everton disse...

Pois é, um fato que eu não presenciei, mas sei como foi complicado pra todos da época. O pior de tudo é depois de tantos anos e de todas as coisas que ele fez, voltar ao poder público... Uma pena realmente!

Vania disse...

Pois é, Tchê!
Eu estava entre os 20% que saíram na passeata! Foi um momento importantíssimo na história do Brasil. Triste mesmo é ver que, depois de 17 anos, o DEM (ACM "Nato") e PMDB (João e Geddel) consiguiram garantir a esse pilantra o retorno definitivo ao poder, dando-lhe de presente a Comissão de Infraestrutura do Senado (pasta cheia da bufunfa)... No mais, não se desculpe por postar temas como esse (ainda que pelo viés do isopor)... É muito bom saber que, se não participamos efetivamente da história, ao menos assistimos a "banda passar"! Beijos....