quarta-feira, 20 de maio de 2009

Por que eu sou Bahia

Desde que cheguei na Bahia em 1991 sempre deixei claro que meu time do coração é o Internacional de Porto Alegre.

Nunca escondi de ninguém, nem teria motivos para isso. Afinal sou campeão de tudo e um dos poucos grandes do país (soma-se ao colorado: Cruzeiro, Flamengo, São Paulo e Santos) que nunca pisaram o solo da segundona do campeonato brasileiro.

É verdade também que aqueles que me conhecem há menos de 15 anos têm certeza que sou um torcedor ferrenho do tricolor baiano, mas o que poucos sabem é que até 1993 eu não torcia para o Bahia nem para o Vitória... Era uma espécie de torcedor neutro, que não combina com minha personalidade, e não tinha me decidido pelo Bahia devido a um motivo óbvio: a perda do título de 88.

Aliás, isso é uma coisa que poucos entendem... Como um torcedor do Inter pode ser Bahia??!?
Sempre disse que a razão é o fato de o Bahia ser o time do povão, mas isso é a simplificação da resposta... Tanto que não torço nem pelo Flamengo e tão pouco para o Corinthians (apesar da presença do fenômeno por lá).

A verdadeira razão, que demoraria muito tempo de explicação, está na final de 1993: Vitória e Palmeiras na eterna e saudosa Fonte Nova!


Nessa semana recebi um e-mail dizendo que todo torcedor do Vitória é um pouquinho Bahia. Veja o artigo na íntegra em http://www.baheaminhaporra.com/2008/12/pode-ter-certeza.html ).

Mas voltemos à resenha... Naquela época eu morava na Graça e tinha um vizinho (ex-colega do Social e um dos torcedores do vice mais chatos que eu conheço) que sabia dessa minha vulnerabilidade clubística na Bahia e me convidou para esse jogo.

Saí de casa à paisana (sem camisa do vitória, claro!) e fomos andando da Graça até a Fonte pela Av. 7 - Nazaré até chegar na Fonte. O trajeto normalmente de 30 min. levou umas 2 horas. A cada boteco uma parada, com cerveja e confraternização muito moderada, nada comparado à da torcida do Bahia.

Entramos na Fonte por volta das 14h e ficamos na torcida do vice onde ficava a Bamor (eu sempre desconfiei que eles tinham vontade de ficar por ali). A briga pela cerveja era uma verdadeira guerra. Naquela época na Fonte ainda existia a separação da superior e inferior e era comum ver a galera pulando ou escalando de um andar para o outro.

Quando começou o jogo eu tava muito mais irritado pela falta de bebida e pelo aperto do que bebum, mas de repente uma garrafa de água mineral (daquelas de 1,5l) com a boca cortada apareceu do nada na minha mão. Nem pestanejei, precisava me embriagar logo, dei uma golada (a cachaça desceu rasgando!!) e passei adiante.

A tal garrafa já estava uns 5 caras à minha direita quando um banguela, uns 10 caras à minha esquerda, gritou: '- Ô sacana, onde tá minha cachaça?' Me fiz de desentendido e o cara saiu correndo no meio da multidão procurando a pinga dele. Nem sei se encontrou, pois pela potência, se não foi bebida, evaporou em 5 min.!

O jogo transcorreu e o gol do Edilson fez muita gente misturada na torcida vibrar. Aaha! Cheio de tricolor escondido e misturado na torcida do vice... Depois disso o clima de funeral se instalou.

Ao final do jogo a torcida do vice já tinha jogado a toalha... Não tem como virar esse jogo em SP, o jogo foi no Morumbi, com o time que o Palmeiras tinha (Evair, Edmundo, Roberto Carlos, Zinho e cia).


Tá certo, era um timaço, mas se fosse o Bahia no final dessa derrota ao invés de aplausos, como aconteceu, se ouviria: '- Ah! Eu acredito!'

O trajeto de volta foi patético... Um monte de rubro-negro chorando pelo centro antigo enquanto vários bares torcedores do 'Palmeiras' comemoravam o título ao som do hino do Bahia.

E assim eu virei Bahia... Lógico, não?

E você, ainda é torcedor do vice? Tá esperando o que?

Abraço!

Tchê

terça-feira, 5 de maio de 2009

Micareta de Alagoinhas

Essa postagem vem com um pouco de atraso, pois estava esperadno o fim da micareta de Alagoinhas, que agora deixou de ser micareta e se chama ALAFOLIA, para receber (lá ele!) dados atualizados da mais recente folia na terra da laranja.

Isso mesmo, eu conheço gente que foi para a micareta, ou melhor, ALAFOLIA este ano!
Moon-ha e Highlander marcaram presença e trouxeram o relato atualizado.

Alagoinhas é um município localizado no leste da Bahia e possui área é de 734 km² e possui uma população em torno de 15o mil habitantes. Faz fronteira com varias cidade, entre elas Catu, ponto de partida da galera que saía de Salvador para a sempre hospitalar (em Catu ou na Ribeira) casa de Vera e Vladimir.

O nome da cidade se deve aos rios Sauípe, Catu, Subaúma e Quiricó, às lagoas e córregos existentes na região. E assim sua água é considerada de excelente qualidade, sendo uma de suas maiores riquezas, e que faz parte do aqüífero que vai desde Dias d'Ávila a Tucano.

Mas vamos à resenha...

A micareta rola como hoje com vários blocos e bares e a rua da pousada continua a mais bem frequentada.

Ali se encontrava a nata da região (Alagoinhas, Catu, Pojuca, São Sebastião, etc) e, claro, onde rolava a paquera. Os nativos da região sempre com o figurino clássico; calça e camisa com uma etiqueta em grande mostrando a marca e sapato da hora... A galera do interior vai pro carnaval com roupa de ir na missa até hoje!

Ficavam ali na quela conversa mole tentando descobrir quem tinha sido prometida pela família até chegar a chinelagem da capital... Na maioria das vezes calça velha, tênis escalifado e camisa sem marca e surrada da cana que rolou desde cedo.

Certa feita, no meio de uma manguaça dessas, alguém descobriu que tinha um poste dando choque. A partir daí, começou uma das coisas mais inconsequentes que já participei; foi formada uma corrente humana com um cara com a mão no poste e o último da fileira ficava pegando nas pessoas que passavam para dar choque!

Na outra algum imbecil deu a sugestão: quem pegar a mulher mais feia não pagfa birita hoje... Participar de uma dessas apostas é tão inexplicável quanto a razão de abrirmos a boca para pingar colírio no olho... Mas uma coisa eu tenho certeza, a vendedora de queijo assado deve ter ficado 1 semana sem dormir. Depois eu soube que ela teve uma infecção generalizada, mas se curou e hoje vive suspirando pelas ruas da cidade....


Foi durante uma micareta de Alagoinhas em que nosso saudoso Senna morreu. A festa continuou, mas a alegria daquele dia era diferente.

E você, já se aventurou pela terra da laranja?

Abraço!

Tchê