quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

SAX

O Sax foi mais um daqueles bares que nunca poderiam ter vida longa em Salvador... Ambiente intimista, poucas mesas, dividido em 'salas' e com um excelente som de sax difundido através das poucas caixas de som existentes no local.

O pico era ponto de encontro dos intelectuais da Graça e muitas vezes também por alguns desocupados, admiradores da cerveja gelada, que apareciam por lá para fumar charuto e degustar uma porção de pastéis ou bolinho de queijo.

Sabe aqueles lugares que passam despercebidos pela maioria do público, para usar um adjetivo mais atualizado: baladeiro, e que não deixava dúvidas de que ali era um lugar para a finalização?

Era esse o lugar! Pena que nem todo mundo sabia disso...

O Sax funcionava num casarão antigo na rua Euclides da Cunha, no Bairro da Graça, e não era raro vermos o início da noite chegar ao som de um solo de puro sax inundar as janelas do Mansão Wimbledon ou do Forest Hills.

Velhos tempos e bons momentos.

Abraço!

Tchê

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Bier Häuss

Esse é um daqueles lugares exóticos que só podem existir (ou ter existido) em Salvador...

O Bier Häuss era um bar aconchegante localizado no térreo de um grande apart hotel no bairro de Ondina. Sua característica mais marcante eram os copos em que o chopp era servido. Quase todos tinham o nome de um estádio de futebol brasileiro.
A pedida da casa era o Maracanã, que fazia jus ao maior do mundo. Uma taça que cabia 1 litro de chopp e desafiava os amantes da bebida dourada.

A decoração era de muito bom gosto e as mesas dispostas no mezanino um ponto de encontro de casais que encaravam um Mineirão ou um Maracanã enquanto se conheciam melhor... E depois acho que não se lembravam mais!

Claro que sempre rolavam uns encontros de colegas da faculdade para fazer uma competição de virote de Fonte Nova ou do Maracanã... Lembre-se: Naquela época não havia SAMU, mesmo assim havia corajosos que encaravam um virote do Estádio Jornalista Mário Filho...!!

O lugar fez muito sucesso, mas tinha um pequeno defeito; comportava no máximo umas 20 pessoas! Isso mesmo.. 10 casais ou 4 galeras da faculdade ou no máximo uma galera de cursinho.

Conseguir um lugar no pico era uma façanha... Em 1 ano só consegui ir 1 vez e, claro, não perdi a oportunidade de encarar o Maracanã...

Abraço!

Tchê

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Cabana do Gaúcho

Um dos percusores do movimento pós-praia em Salvador!

Nos anos 90 não existia quem não frequentasse a Cabana do Gaúcho. Era o point predileto da volta da praia, que acabou se tornando o local preferido mesmo quando não dava praia.

Era uma verdadeira muvuca! Gente saindo pelo ladrão, mesas com a tradiconal grade de cerveja ao lado, gritaria para chamar o garçom e música baiana em alto volume.

Tudo muito comum em bares grandes (a cabana do gaúcho era um espaço verdadeiramente grande!) e movimentados. Até que alguém da galera que ficava em pé, entre as mesas começava a requebrar... Na época saiam dos alto-falantes pérolas como: Eu sou negão (Gerônimo), Madagascar Olodum (Banda Reflexu's), É o Tchan (Gera Samba), entre outros.

Aí virava carnaval! Se é que o ocorrido até então não era um carnaval também...

Rolava muita paquera, desfile e confusão, especialmente na hora de fechar a conta. Isso porque os transeuntes do pico, aqueles que não tinham mesa, adoravam 'pongar' na ceva alheia. Andavam de mesa em mesa batendo papo e enchendo o copo e na hora do racha nunca estavam presentes.

No mesmo perímetro acabaram surgindo outros lugares que fizeram história junto com a Cabana do Gaúcho (Lagoamar, Katendê, entre outros), mas isso é assunto para muitas outras postagens..

Abraço!

Tchê

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Provence Shopping Barra

A Provence do Shopping Barra ficava no 3º piso e funcionava como uma delicatessen/padaria, mas fazia as vezes de bar no final das tardes.

Onde hoje existe uma loja de móveis e eletrodomésticos, funcionava uma praça de serviços que tinha entre outras coisas: parque infantil, fotógrafo, venda de quadros, artesanato, etc. Acho que foi essa praça que deu origem à célebre feira de artesanato do barra, que infelizmente não existe mais. Nunca mais consegui achar um lugar para comprar uma garrafa de ar da Bahia...

Ali existia uma mini praça de alimentação e em alguns dias da semana um cantor ou cantora animava os depressivos de plantão que se acomodavam em mesas quase sempre sozinhos para tomar um chopp, comer uma tábua de frios (especialidade da casa, se é que isso pode ser considerada especialidade) e ouvindo o som de voz e violão - e invariavelmente aquela bateria eletrônica que dita o ritmo insuportavelmente computadorizado para acompanhar os acordes do violão.

O chopp era servido na tulipa de 300 ml, que para alegria geral dos avantajados de nariz não é mais utilizada e o ambiente extremamente 'confortável', no melhor estilo praça de alimentação de shopping. Tão confortáveis que só falta colocarem prego no assentos das cadeiras para evitar que você ocupe a mesa por muito tempo...

Na cidade começava a surgir o movimento de 'bar da volta da praia', que mudou completamente o roteiro etílico da cidade, mas isso é para outras postagens...

Abraço!

Tchê

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Atelier Blues Bar

A atual geração de baladeiros de Salvador pode não acreditar, mas nos anos 90 existiu um bar dedicado à música de New Orleans em solo soteropolitano.

O pico se chamava Atelier e ficava próximo ao Fórum Ruy Barbosa, no bairro de Nazaré. Numa daquelas quebradas de quem escolhe entrar antes da ladeira da fonte.

A noitada era regada à blues da melhor qualidade tocado pela banda Talking Blues e ceva gelada em garrafa!
Isso mesmo!.. Antes da invasão das latas e long necks se tomava (lá ele!) cerveja no melhor estilo saloon do velho texas... Em pé, segurando a garrafa de 600 ml numa mão e o rei dos copos (americano) na outra.

Quando a tática da azaração era pegar na mão da presa, a garrafa ia pro chão entre os pés. Um olho na mina e outro no cara passando para que ele não desse uma topada na garrafa.

Boa noitada! Ceva gelada, som de primeira e galera alto nível... E você, conheceu?

Abraço!

Tchê