sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A Cidade sem Coração



Arrancaram o coração de Salvador!
Tá certo, ele não pulsava mais desde a tragédia de novembro de 2007...

O vazio que agora nos impressiona é o mesmo que nos traz as melhores lembranças!

Título do Bahia de 88? Gol de Raudinei? Não..

A saudade é dos amigos, da Kombi do Reggae, do espetinho, da cerveja quente, do sol na cara na arquibancada ao lado da BAMOR.

Os amigos continuam por perto, graças à Deus!, mas o catalisador da amizade é outro. Nada pode substituir a Fonte.

Deixa saudade, mas vi outro dia uma pichação em um dos tapumes da obra que dizia assim: "- Já vai tarde!"

Não chega a tanto, mas os problemas que ali existiam não podem ser esquecidos: o lago de mijo, o acesso sem controle, a falta de segurança interna, entre outros.

Que venha o novo!

Que essa nova arena permita aos torcedores baianos o conforto e segurança que essa apaixonada torcida merece.

E que a modernidade e profissionalismo da nossa nova casa contaminem a gestão do Bahia e faça o Tricolor de Aço voltar aos seus momentos de glória. Momentos que nunca deveriam ter sido perdidos.

A nação tricolor sonha com isso. E Raul já cantou:

"- Sonho que se sonha sozinho é apenas um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade!"

Abraço!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Earth Song - Michael Jackson

O clima é de conferência sobre as mudanças climáticas em Copenhague.

Lá, o futuro do planeta está em discussão e sabemos que, geralmente, não sai qualquer coisa objetiva sobre o uso sustentável dos recursos do nosso planeta...

Mas recebi o vídeo abaixo e gostaria de compartilhar com vocês. Tá rolando uma mentira de que ele foi censurado nos EUA, etc. Não caiam nessa, pois esse clipe concorreu ao GRAMMY em 1997.

O vídeo fala por si. Está legendado.



Abraço!

Tchê

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Requebra...Requebra...Assim!

Tava dando uma xeretada no Orkut de um brother e vi no álbum de fotos uma lista de capas de vinil dos anos 80... Que saudade dos anos 80! O Paralamos com seu O Passo do Lui, o Titãs com o inesquecível Cabeça Dinossauro e o Barão com o emblemático Maior Abandonado.

Me deu até vontade de começar a escrever um blog nos anos 80! Mas já passou...

Por isso, hoje resolvi escrever de música. Música baiana, é claro!, e dos anos 90.

Antes do movimento GeraSamba, já descrito em outra postagem, o Olodum era o grande criador de coreografias. A maioria vinda de movimentos negros, provavelmente com origem no Candomblé, que apresentavam forte influência africana.

Quem não se lembra dos movimentos de braços vindos com a música " Jogou sua rede/Oh pescador/Se encantou com a beleza/Deste lindo mar" que alguns anos depois Marcia Freire fez questão de estragar?

Mas uma coreografia em particular marcou os anos 90: O Requebra.

Todo mundo se aventurava nessa coreografia. Turistas (especialmente os gauchos..eheh) adoram 'requebrar' e pagavam micos indescritíveis.


Na verdade, pouquíssimas pessoas tinham a manha do requebra, mas o dedinho pra cima era o que mais se via quando essa pérola começava a tocar.

As avantajadas de culote chegaram a causar alguns acidentes nas lavagens e ensaios até que os desavisados conseguissem perceber que deveriam manter uma distância de segurança...

Na parte do "Embaixo..Embaixo..Embaixo..OHOH...' quantos ficavam por lá mesmo! E a rua do meio, lembra como ficava quando começava a tocar o Requebra?

Todo verão tinha uma dança que marcava. Depois vieram as cordinhas e garrafas e acabou a magia das coreografias.

Abraço!

Tchê

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Copa de 94. É Tetra!!!!


No último dia 17/07 comemoramos 15 anos do tetra da seleção brasileira.

Aquela copa foi muito especial, apesar da narração do Galvão Bueno!

Há 24 anos o Brasil não conquistava o título mundial e a expectativa era grande. Tá certo que o técnico Parreira gerava muita desconfiança com o que ele chama de futebol eficiente, mas o grande problema não era a nossa seleção...
Pelo caminho encontraríamos a muito forte seleção holandesa e a sempre 'pericolosa' seleção italiana. Meu bisavô que me perdoe, mas ganhar da Itália só não é melhor que ganhar da Argentina...
O caminho até a final ainda teve um jogo histórico com os EUA, que pensei que desandaria nossa maionese depois da tentativa de assassinato do lateral/meia esquerdo Leonardo no americano.
A copa é um evento muito interessante por si só e em 2014 teremos a oportunidade de vermos tudo de perto, se nossos governantes deixarem, claro! Mas na Bahia tem que ter resenha.
Naquele ano orgnizamos a tradicional excursão de São João, destino: Amargosa.
O esquema era o mesmo de sempre: uma casa, 860 pessoas, 1 banheiro, etc
Confusão da peste! Chegamos lá com camisa personalizada e tudo mais...
Banho era coisa rara, assim como um colchão que não estivesse sujo de areia ou lama.
A galera bebia da hora de acordar até a hora de dormir, claro, quando dormia, e só se encontrava na hora do jogo.
Tão marcante quanto o São João, foi a resenha dele...
Isso é pratica comum aqui na Bahia! As pessoas passam alguns dias juntos (feriado, fim de semana, etc), querem se matar, nos momentos finais nem conseguem mais ouvir a voz do outro e depois ainda marcam para se enontrar e fazer a resenha dos dias que passaram juntos...
Amizade é coisa da Bahia!
Nos encontramos no Aladin para assistir o jogo, das 30 pessoas que tinham ido à Amargosa, umas 10 compareceram. Justamente as que tinham mais o que se envergonhar das coisas que fizeram na viagem. ehehe
Durante o jogo, muita tensão e gritaria. Ninguém ouvia nada, só as vuvuzelas (que aqui sempre foram conhecidas como cornetas, mesmo!) e a opinião de todos os técnicos que estavam no local.
Jogo ganho nos penaltys e começou o bom e velho boato soteropoitano...
- Vai ter 30 trios na Barra e o Chiclete vai tocar!
Logo em seguida:
- Tá vindo um trio!
- É o Chiclete?
- Não, Banda Acadêmicas...
Tome ligante, capeta e afins quando alguém avisava:
- Tá vindo outo trio! Tá cantando 'Simbora Amar, Simbora mais eu'
- É o Chiclete?!??
- Não. É a Cátia Guima...
E nisso a noite avançou e o Chiclete, se apareceu, eu já nem lembro mais.
Depois veio aquela decepção de 98 que acabou com a magia das finais de copa em Salvador, mas isso fica para outra postagem.
Abraço!
Tchê

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Twister

Quero iniciar essa postagem pedindo desculpas pela falta de novos assuntos nas últimas semanas.

Foram vários os motivos, entre eles a espera de material 'das antiga' que me prometeram...

Mas essa retomada será inesquecível! Vamos falar do Twister....

Certamente muita gente nem ouviu falar desse simpático misto de boate e bar que existiu no Rio Vermelho (nada a ver com o atual Twist que existe por lá). O pico era do tipo intimista-baladeiro:

- Lugar escuro
- Obras do Bel Borba na parede
- Balcão com prateleiras espelhadas e iluminadas
- Drinks sendo feito com acrobacias
- Mesas espalhadas pelo salão
- Palco ao fundo

Aliás nesse palco, surgiu a banda Penélope Charmosa, que nem sei onde foi parar.

Ali rolavam várias atrações, de luta do Mike Tyson (teve uma que a galera ficou biritanto até umas 3h da manhã esperando a luta, que durou menos de 10s) à apresentação de Dança do Ventre em cima do balcão.

Aliás, nem me lembro o que promoveu o movimento de Dança do Ventre na década de 90, mas tenho certeza que veio da Globo.

O Twister era um lugar bacana, arrumado e bem frequentado, que a gente sabe que não tem vida longa na capital baiana. Ficava atrás do antigo Teatro Maria Bethania, hoje uma churrascaria (melhor do que bingo!) e dividia o imóvel com o Black Jack (casa de video poker).

Segue um registro do Twister. Alguém consegue identificar quem é quem???


Abraço!

Tchê

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Por que eu sou Bahia

Desde que cheguei na Bahia em 1991 sempre deixei claro que meu time do coração é o Internacional de Porto Alegre.

Nunca escondi de ninguém, nem teria motivos para isso. Afinal sou campeão de tudo e um dos poucos grandes do país (soma-se ao colorado: Cruzeiro, Flamengo, São Paulo e Santos) que nunca pisaram o solo da segundona do campeonato brasileiro.

É verdade também que aqueles que me conhecem há menos de 15 anos têm certeza que sou um torcedor ferrenho do tricolor baiano, mas o que poucos sabem é que até 1993 eu não torcia para o Bahia nem para o Vitória... Era uma espécie de torcedor neutro, que não combina com minha personalidade, e não tinha me decidido pelo Bahia devido a um motivo óbvio: a perda do título de 88.

Aliás, isso é uma coisa que poucos entendem... Como um torcedor do Inter pode ser Bahia??!?
Sempre disse que a razão é o fato de o Bahia ser o time do povão, mas isso é a simplificação da resposta... Tanto que não torço nem pelo Flamengo e tão pouco para o Corinthians (apesar da presença do fenômeno por lá).

A verdadeira razão, que demoraria muito tempo de explicação, está na final de 1993: Vitória e Palmeiras na eterna e saudosa Fonte Nova!


Nessa semana recebi um e-mail dizendo que todo torcedor do Vitória é um pouquinho Bahia. Veja o artigo na íntegra em http://www.baheaminhaporra.com/2008/12/pode-ter-certeza.html ).

Mas voltemos à resenha... Naquela época eu morava na Graça e tinha um vizinho (ex-colega do Social e um dos torcedores do vice mais chatos que eu conheço) que sabia dessa minha vulnerabilidade clubística na Bahia e me convidou para esse jogo.

Saí de casa à paisana (sem camisa do vitória, claro!) e fomos andando da Graça até a Fonte pela Av. 7 - Nazaré até chegar na Fonte. O trajeto normalmente de 30 min. levou umas 2 horas. A cada boteco uma parada, com cerveja e confraternização muito moderada, nada comparado à da torcida do Bahia.

Entramos na Fonte por volta das 14h e ficamos na torcida do vice onde ficava a Bamor (eu sempre desconfiei que eles tinham vontade de ficar por ali). A briga pela cerveja era uma verdadeira guerra. Naquela época na Fonte ainda existia a separação da superior e inferior e era comum ver a galera pulando ou escalando de um andar para o outro.

Quando começou o jogo eu tava muito mais irritado pela falta de bebida e pelo aperto do que bebum, mas de repente uma garrafa de água mineral (daquelas de 1,5l) com a boca cortada apareceu do nada na minha mão. Nem pestanejei, precisava me embriagar logo, dei uma golada (a cachaça desceu rasgando!!) e passei adiante.

A tal garrafa já estava uns 5 caras à minha direita quando um banguela, uns 10 caras à minha esquerda, gritou: '- Ô sacana, onde tá minha cachaça?' Me fiz de desentendido e o cara saiu correndo no meio da multidão procurando a pinga dele. Nem sei se encontrou, pois pela potência, se não foi bebida, evaporou em 5 min.!

O jogo transcorreu e o gol do Edilson fez muita gente misturada na torcida vibrar. Aaha! Cheio de tricolor escondido e misturado na torcida do vice... Depois disso o clima de funeral se instalou.

Ao final do jogo a torcida do vice já tinha jogado a toalha... Não tem como virar esse jogo em SP, o jogo foi no Morumbi, com o time que o Palmeiras tinha (Evair, Edmundo, Roberto Carlos, Zinho e cia).


Tá certo, era um timaço, mas se fosse o Bahia no final dessa derrota ao invés de aplausos, como aconteceu, se ouviria: '- Ah! Eu acredito!'

O trajeto de volta foi patético... Um monte de rubro-negro chorando pelo centro antigo enquanto vários bares torcedores do 'Palmeiras' comemoravam o título ao som do hino do Bahia.

E assim eu virei Bahia... Lógico, não?

E você, ainda é torcedor do vice? Tá esperando o que?

Abraço!

Tchê

terça-feira, 5 de maio de 2009

Micareta de Alagoinhas

Essa postagem vem com um pouco de atraso, pois estava esperadno o fim da micareta de Alagoinhas, que agora deixou de ser micareta e se chama ALAFOLIA, para receber (lá ele!) dados atualizados da mais recente folia na terra da laranja.

Isso mesmo, eu conheço gente que foi para a micareta, ou melhor, ALAFOLIA este ano!
Moon-ha e Highlander marcaram presença e trouxeram o relato atualizado.

Alagoinhas é um município localizado no leste da Bahia e possui área é de 734 km² e possui uma população em torno de 15o mil habitantes. Faz fronteira com varias cidade, entre elas Catu, ponto de partida da galera que saía de Salvador para a sempre hospitalar (em Catu ou na Ribeira) casa de Vera e Vladimir.

O nome da cidade se deve aos rios Sauípe, Catu, Subaúma e Quiricó, às lagoas e córregos existentes na região. E assim sua água é considerada de excelente qualidade, sendo uma de suas maiores riquezas, e que faz parte do aqüífero que vai desde Dias d'Ávila a Tucano.

Mas vamos à resenha...

A micareta rola como hoje com vários blocos e bares e a rua da pousada continua a mais bem frequentada.

Ali se encontrava a nata da região (Alagoinhas, Catu, Pojuca, São Sebastião, etc) e, claro, onde rolava a paquera. Os nativos da região sempre com o figurino clássico; calça e camisa com uma etiqueta em grande mostrando a marca e sapato da hora... A galera do interior vai pro carnaval com roupa de ir na missa até hoje!

Ficavam ali na quela conversa mole tentando descobrir quem tinha sido prometida pela família até chegar a chinelagem da capital... Na maioria das vezes calça velha, tênis escalifado e camisa sem marca e surrada da cana que rolou desde cedo.

Certa feita, no meio de uma manguaça dessas, alguém descobriu que tinha um poste dando choque. A partir daí, começou uma das coisas mais inconsequentes que já participei; foi formada uma corrente humana com um cara com a mão no poste e o último da fileira ficava pegando nas pessoas que passavam para dar choque!

Na outra algum imbecil deu a sugestão: quem pegar a mulher mais feia não pagfa birita hoje... Participar de uma dessas apostas é tão inexplicável quanto a razão de abrirmos a boca para pingar colírio no olho... Mas uma coisa eu tenho certeza, a vendedora de queijo assado deve ter ficado 1 semana sem dormir. Depois eu soube que ela teve uma infecção generalizada, mas se curou e hoje vive suspirando pelas ruas da cidade....


Foi durante uma micareta de Alagoinhas em que nosso saudoso Senna morreu. A festa continuou, mas a alegria daquele dia era diferente.

E você, já se aventurou pela terra da laranja?

Abraço!

Tchê

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mamonas Assassinas: início e fim, sem meio.


Talvez esse tenha sido o maior fenômeno musical surgido no Brasil.

Pode ser questionado o legado cultural deixado ou que nenhuma letra do Mamonas Assassinas fazia a pessoa pensar ou mudar sua atitude, mas ninguém pode negar que sua música era diversão pura.

A História..

Em março de 1989, Sérgio Reoli conhece Maurício Hinoto, irmão de Bento. Ao saber que Sérgio é baterista, Maurício decide apresentar o irmão, que toca guitarra.

A partir daí, Sérgio conhece Bento e decidem criar uma banda. Na época, Samuel, irmão de Sérgio, não era "ligado" na música, preferia desenhar aviões. Mas, de repente, se envolveu com a música e começou a tocar baixo.

Sérgio, Samuel e Bento, então, formaram uma banda de rock chamada Utopia, especializada em covers de grupos como Legião, Titãs e Rush.

Em um show, o público pediu para tocarem uma música dos Guns n'Roses, e como não sabiam a letra, pediram a um espectador para ajudá-los. Dinho voluntariou-se para cantar, em meio a vaias e com sua performance escrachada fez o público rir, sendo aceito no grupo. Julio Rasec, por intermédio do vocalista Dinho, foi o último a entrar em Utopia.

O Utopia passou a apresentar-se na periferia de SP e lançou um disco que vendeu menos de 100 cópias. Aos poucos, os integrantes começaram a perceber que as palhaçadas e músicas de paródia eram mais bem recebidas pelo público do que os covers e as músicas sérias. Começaram introduzindo algumas parodias musicais, com receio da aceitação do público.

Através de um show em uma boate em Guarulhos, conheceram o produtor Rick Bonadio e decidiram, então, mudar o perfil da banda, a começar pelo nome, "Mamonas Assassinas do Espaço", criado por Samuel Reoli e reduzido para "Mamonas Assassinas".

Mandaram uma fita demo com as músicas "Pelados em Santos", "Robocop Gay" e "Jumento Celestino" para 3 gravadoras, entre elas a Sony e a EMI.

Após gravar um disco, os Mamonas saíram em imensa turnê, apresentando-se em programas como Jô, Faustão, Xuxa, Gugu e tocando cerca de 8 vezes por semana, com apresentações em 25 dos 27 estados brasileiros e ocasionais dois shows por dia. O cachê dos Mamonas tornou-se um dos mais caros do país, R$50 à 70 mil, e a EMI faturou cerca de R$80 milhões com a banda. Em certo período, a banda vendia 100 mil cópias a cada dois dias.

Eu conheci o Mamonas no Skol Rock em Blumenau em 1994, evento paralelo à Oktoberfest, e tive a sensação de que aqueles caras vestidos de mulher e super-herói iam fazer sucesso.

Quando cheguei em Salvador comentei com a galera sobre a banda e mostrei o cd que tinha comprado durante o evento. A opinião de todos foi a mesma; os caras faziam uma somzeira com umas letras que não valiam nada, mas que a gente gostava de ouvir (e rir).

Logo depois, assim como no Brasil inteiro, o Mamonas virou febre em Salvador. Era época em que bombavam (na época essa expressão não existia) picos como o Miau (teremos uma postagem sobre ele), Kombi 4 Rodas, Mercado do Peixe, etc e era comum encontrar nesses lugares carros com a mala aberta e as músicas do Mamonas ecoando em diversos carros diferente.

Uma coisa tem que ser lembrada; naquela época não existia mp3 (emule, kazaa, etc) e tão pouco cd pirata. Como o Mamonas só tinha lançado um disco (e ficou somente nesse mesmo), todos ouviam a mesma gravação, com as mesmas músicas.

Por causa disso, 2 meses depois tava todo mundo enjoado... Mas no carnaval de 95 as músicas foram muito bem aceitas nos trios elétricos baianos.

O que aconteceu depois todo mundo sabe e não é objetivo desse blog lembrar e até hoje muita gente ainda comenta onde eles teriam chegado se a tragédia não tivesse ocorrido.

E você, curtiu o Mamonas?

Abraço!

Tchê

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Novelas dos Anos 90

Vocês devem ter estranhado o título dessa postagem, mas essa semana me deu vontade de falar sobre as novelas que marcaram os anos 90.

Para ser sincero, não sou muito chegado em novela. Pra mim a história é sempre a mesma: uma família rica, dona de uma grande empresa em que ninguém trabalha (mas entra e sai à vontade), um grupo querendo roubar a fortuna dessa e aquele pessoal do núcleo pobre que é lascado, mas é feliz!

Entretanto a década de 90 foi especial para o teledramaturgismo (nem eu acreditava que poderia escrever isso!).

A década começou com uma pérola: Rainha da Sucata.

Um clássico! Certamente foi a primeira novela que assisti um final, principalmente por causa da D. Armênia. Acho que alguma relação familiar me causou essa admiração.... E ainda tem aquela cena da Maria do Carmo em cima do prédio, duvido que saia da memória de alguém!

Essa década ainda teve outros "clássicos", ou você não lembra de Vamp, O Dono do Mundo, Perigosas Peruas, Pedra Sobre Pedra, Renascer, Mulheres de Areia (que tinha Ruth e Rachel e o muito simpático Tonho da Lua), Tropicaliente, Salsa e Merengue, entre muitas outras que fizeram sucesso.

Mas nada se compara a novela O Rei do Gado.
Foi um sucesso estrondoso! Conseguiu envolver todos num clima de campo que nós moradores das grandes cidades imaginamos ser o ambiente ideal para aliviar o stress; sem disputas, competições, poluição e mazelas da diferença social que os grandes centros urbanos produzem.
Mas não é sobre isso que gostaria de falar nessa postagem...
A novela é igual no país inteiro, certo? Errado. Na Bahia é diferente!
Nessa época, era comum durante a semana as pessoas saírem de casa para a balada somente após a novela. E não eram só as mulheres não. Tinha muito marmanjo que só ia pra night depois que subia o letreiro do final do capítulo e ainda era muito fácil ver festas que só começavam o som ao vivo 1/2 hora depois de acabar a novela.
Mas o que mais me impressionou foi o último capítulo da novela O Rei do Gado. As ruas vazias pouco mais de 1h antes da novela começar, a galera reunida nas casas para assistir ao último capítulo, no esquema: cabeça traz a cachaça e o cabelo o limão, cada um traz uma caixa de cerveja e um tira-gosto... É final de novela na Bahia era assim!
Depois do Rei do Gado ainda teve: Zazá, Torre de Babel, A Indomada, Terra Nostra, entre outras, mas nenhuma delas foi capaz de superar O Rei do Gado.
Como disse anteriormente, eu não assisti e não assito novela... Are, Baba!
E você?
Abraço!
Tchê

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Semana Santa no Pedras do Rio

Esse momento de aproximação da Páscoa me motivou a escrever sobre um dos programas prediletos nos feriados da semana santa da década passada: Feriadão no Condomínio Pedras do Rio.

Previamente peço desculpas pelo caráter egoísta dessa postagem, já que foram poucos que viveram essa experiência Shamanica-transcendental, se é que isso existe de fato...

O rio Joanes limita os municípios de Camaçari e Lauro de Freitas e as praias de Buraquinho e Buscavida na sua foz. Os manguezais do seu estuário são considerados relevantes no contexto da região do Litoral Norte da Bahia, sejam pela sua tendência ao desenvolvimento do turismo, pela expansão imobiliária ou pela garantia da manutenção de espécies como os peixes robalo e tainha ou crustáceos como caranguejos, guaiamus e siris.

À margem direita desse importante rio encontra-se o condomínio Pedras do Rio, um condomínio muito simpático e calmo que de vez em quando tinha sua tranquilidade abalada pela presença de uma galera que embalava a bebedeira ao som de muito rock n'roll.

A programação era a seguinte: véspera de feriado e a galera se encontrava em Itapuã para pegar uma kombi com destino à Lauro de Freitas. Mochila nas costas, caixas de cerveja na mão dividindo espaço com a sacola com mantimentos para sobreviver alguns dias, som portátil, isopor com carne para o churrasco e por aí vai...

Uma confusão da porra! Uns chegavam mais cedo e organizavam a casa - entende-se por organizar reservar uma cama e colocar a ceva no freezer. Quem chegava depois pegava a pior cama, mas já encontrava a birita em ponto de bala!

Eram dias muito intensos e acredito que alguém tenha criado a idéia de reality show a partir dessa experiência trash vivida por nós.

Rolava de tudo!

Certa vez, estávamos fazendo um churrasco num grelha aberta durante uma noite depois de um dia inteiro de birita e um dos caras pediu para a mina que estava mais perto virar a carne. Claro que o grau de compreensão naquela hora era muito baixo e nossos últimos pedaços de carne não enlatada foram pro carvão no momento em que ela virou a grelha e não as carnes individualmente. Resultado? Biscoito cream cracker com atum pra todo mundo.

Numa das aventuras mais perigosas, 3 malucos sairam num bote a remar pelo rio e esqueceram que estavam a favor da correnteza. Quase foram parar no mar, mas por sorte uma pessoa mais bem localizada na escala social passou com uma lancha a motor e jogou uma corda a fim de dar uma carona aos bebuns que estavam à deriva. Claro que isso não deu certo... O bote quase se espatifou numa das colunas da ponte que liga as duas margens.

A pior de todas foi uma conversa à beira do rio numa dessas noites insanas que fechavam um dia tão ou mais insano. Estávamos em grupo conversando no fundo da casa, que ficava à margem do rio, quando olhando o mato do outro lado da margem alguém perdeu a oportunidade de ficar quieto e lançou:

'-Acho que ali na frente é Itaparica.'

Começou uma discussão sem fim. Uns poucos diziam que ali não podia ser Itaparica enquanto a maioria concordava (é verdade e prefiro acreditar que era para alimentar a viagem coletiva!) até que veio o inesperado... Não, não foi um ferry boat cruzando o rio Joanes, mas a consciência de uma das meninas que foi passar o fim de semana por lá escondida dos pais:

'-É melhor eu sair daqui, pois meus pais estão na ilha e se me verem aqui eu me lasco!'

E saiu andando em direção a casa sob o olhar atônito de todos.

Em outro episódio, saiu todo mundo de casa e ninguém pegou a chave. Quando voltamos começamos a testar todas as janelas e portas para ver se alguma tinha ficado aberta. Como éramos muito previdentes com o material que deixávamos em casa (cerveja, feijoada e kitute em lata, etc) obviamente que deixamos tudo bem fechado. Tentamos de tudo, voamos sobre janelas, passamos cartão de crédito (na verdade era de telefone) na porta até que veio a idéia de usarmos uma vassoura para abrir a porta pelo basculante da cozinha.
Não foi fácil. Passamos uns 20 minutos nos espremendo para alcançar a maçaneta, já que a distância era grande.

Quando conseguimos abrir a porta da cozinha.... CATAPLAM!

A porta da sala estava quebrada ao meio, pois alguém resolveu arrombar a porta da frente enquanto abríamos a do fundo.

Nem preciso dizer que nossa carreira em Pedras do Rio acabou aí, mas várias lembranças ficaram dessas aventuras.

Ainda teve violão quebrado, bolo de ervas finas, pirâmide de lata e muito mais!

Abraço!

Tchê