
Talvez esse tenha sido o maior fenômeno musical surgido no Brasil.
Pode ser questionado o legado cultural deixado ou que nenhuma letra do Mamonas Assassinas fazia a pessoa pensar ou mudar sua atitude, mas ninguém pode negar que sua música era diversão pura.
A História..
Em março de 1989, Sérgio Reoli conhece Maurício Hinoto, irmão de Bento. Ao saber que Sérgio é baterista, Maurício decide apresentar o irmão, que toca guitarra.
A partir daí, Sérgio conhece Bento e decidem criar uma banda. Na época, Samuel, irmão de Sérgio, não era "ligado" na música, preferia desenhar aviões. Mas, de repente, se envolveu com a música e começou a tocar baixo.
Sérgio, Samuel e Bento, então, formaram uma banda de rock chamada Utopia, especializada em covers de grupos como Legião, Titãs e Rush.
Em um show, o público pediu para tocarem uma música dos Guns n'Roses, e como não sabiam a letra, pediram a um espectador para ajudá-los. Dinho voluntariou-se para cantar, em meio a vaias e com sua performance escrachada fez o público rir, sendo aceito no grupo. Julio Rasec, por intermédio do vocalista Dinho, foi o último a entrar em Utopia.
O Utopia passou a apresentar-se na periferia de SP e lançou um disco que vendeu menos de 100 cópias. Aos poucos, os integrantes começaram a perceber que as palhaçadas e músicas de paródia eram mais bem recebidas pelo público do que os covers e as músicas sérias. Começaram introduzindo algumas parodias musicais, com receio da aceitação do público.
Através de um show em uma boate em Guarulhos, conheceram o produtor Rick Bonadio e decidiram, então, mudar o perfil da banda, a começar pelo nome, "Mamonas Assassinas do Espaço", criado por Samuel Reoli e reduzido para "Mamonas Assassinas".
Mandaram uma fita demo com as músicas "Pelados em Santos", "Robocop Gay" e "Jumento Celestino" para 3 gravadoras, entre elas a Sony e a EMI.
Após gravar um disco, os Mamonas saíram em imensa turnê, apresentando-se em programas como Jô, Faustão, Xuxa, Gugu e tocando cerca de 8 vezes por semana, com apresentações em 25 dos 27 estados brasileiros e ocasionais dois shows por dia. O cachê dos Mamonas tornou-se um dos mais caros do país, R$50 à 70 mil, e a EMI faturou cerca de R$80 milhões com a banda. Em certo período, a banda vendia 100 mil cópias a cada dois dias.
Eu conheci o Mamonas no Skol Rock em Blumenau em 1994, evento paralelo à Oktoberfest, e tive a sensação de que aqueles caras vestidos de mulher e super-herói iam fazer sucesso.
Quando cheguei em Salvador comentei com a galera sobre a banda e mostrei o cd que tinha comprado durante o evento. A opinião de todos foi a mesma; os caras faziam uma somzeira com umas letras que não valiam nada, mas que a gente gostava de ouvir (e rir).
Logo depois, assim como no Brasil inteiro, o Mamonas virou febre em Salvador. Era época em que bombavam (na época essa expressão não existia) picos como o Miau (teremos uma postagem sobre ele), Kombi 4 Rodas, Mercado do Peixe, etc e era comum encontrar nesses lugares carros com a mala aberta e as músicas do Mamonas ecoando em diversos carros diferente.
Uma coisa tem que ser lembrada; naquela época não existia mp3 (emule, kazaa, etc) e tão pouco cd pirata. Como o Mamonas só tinha lançado um disco (e ficou somente nesse mesmo), todos ouviam a mesma gravação, com as mesmas músicas.
Por causa disso, 2 meses depois tava todo mundo enjoado... Mas no carnaval de 95 as músicas foram muito bem aceitas nos trios elétricos baianos.
O que aconteceu depois todo mundo sabe e não é objetivo desse blog lembrar e até hoje muita gente ainda comenta onde eles teriam chegado se a tragédia não tivesse ocorrido.
E você, curtiu o Mamonas?
Abraço!
Tchê